“Iniciei meus estudos com 4 anos de idade e no mesmo ano em que comecei a estudar, meu pai faleceu devido um acidente de carro. Por causa da morte dele, parei de estudar por um ano. Naquela época comecei a enxergar com dificuldade e aprender a ler se tornou um processo difícil, pois sentia fortes dores de cabeça. Aos 7 anos perdi meu segundo ano de estudo devido a um transtorno neurobiológico”, conta Natanael Guimarães, ex-aluno do Centro Universitário Uninorte.


Hoje, ele tem 24 anos, é graduado em Fisioterapia pela Uninorte, mestrando em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Acre e em 2018 foi aprovado no concurso da Marinha do Brasil, primeiro Distrito Naval do Rio de Janeiro, para o cargo de fisioterapeuta. Mas, para alcançar os objetivos, Guimarães conta que teve algumas dificuldades. “Assim como no colegial, também tive alguns altos e baixos no processo de graduação. Problemas familiares, problemas financeiros e muitas coisas extracampo prejudicaram meu rendimento e minhas notas”. Entretanto, os problemas não se tornaram barreiras.


Guimarães conta que conheceu a profissão após o acidente de alguns membros da família. O fato de ter acompanhado o processo pré e pós-cirúrgico e reabilitação fez com que ele se familiarizasse e optasse por fazer o vestibular para o curso de Fisioterapia ao invés de esperar pelo Enem. Para ele, a Uninorte foi um divisor de águas. “existe um Natanael antes da Uninorte e um Natanael depois da Uninorte”. O que veio depois é mais maduro e preparado para enfrentar os problemas.


Para o coordenador do curso de Fisioterapia, Gustavo Moretti, é motivo de felicidade e orgulho saber que um egresso do curso conseguiu dar o primeiro passo em busca do sonho. Sobre o trabalho da coordenação, Moretti diz: “O trabalho da coordenação é fazer com que o aluno receba a melhor estrutura física e humana para que durante o processo da formação, ele consiga desenvolver todas as habilidades e competências inerentes à profissão que escolheu”.


O sonho de ser professor

Guimarães conta que com mestrado o sonho de ser professor começa a tornar-se real. “Tenho esse sonho desde que vi meu tio Roberto dando aula, não pelo dinheiro e sim pela satisfação pessoal de ajudar o próximo, já fazia isso quando acadêmico, mas quero ocupar a cadeira de professor oficialmente”, diz.


Para ele, voltar para a instituição que o formou é uma possibilidade. “Quem sabe um dia eu não retorne para minha segunda casa e devolvo meu conhecimento adquirido para somar com a instituição e principalmente com meus futuros companheiros de profissão”, finaliza.